O encontro aconteceu com parlamentares do Paraná, estado que representa 79% dos 399 municípios que já aderiram ao Consórcio Conectar
Gilberto Perre, secretário-executivo da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), participou nesta terça-feira, 23, de reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus, da Assembleia Legislativa do Paraná. No encontro, em meio à expressiva repercussão da instituição do Conectar - Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Leia mais), o representante da FNP destacou a singularidade da iniciativa, que já conta com a adesão de mais de 2,6 mil municípios.
No Paraná, dos 399 municípios, 317 já aderiram ao Consórcio Conectar, liderado pela FNP, incluindo a capital Curitiba. “É um tensionamento muito positivo esse que vocês têm feito”, declarou o deputado Michele Caputo, coordenador da Frente Parlamentar e moderador da reunião.
“Consórcio de dimensão nacional, que já abrange um universo de 154 milhões de brasileiros, com manifesto de interesse de 25 das 26 capitais do país. Uma potência política”, descreveu Perre, reafirmando que os governantes locais, por meio do Consórcio, não pretendem “conflitar com o SUS, com o PNI (Plano Nacional de Imunização) ou com outros consórcios públicos existentes nessa área”. Perre explicou, ainda, que a instituição do Conectar, em função da escala, além de oferecer capacidade de negociação para a compra de vacinas contra a COVID-19, medicamento e insumos, oferece maior segurança jurídica nessas aquisições.
Para a vice-diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialista em distribuição de medicamentos e vacinas, Mariângela Simão, o Brasil destoou do resto do mundo e hoje configura um foco de atenção global, mesmo com o recrudescimento que tem sido registrado em países da Europa, por exemplo. “Há uma instabilidade de produção que acaba por desencadear uma guerra por vacina em todo o mundo”, contextualiza.
De acordo com dados apresentados pela dirigente da OMS, 78% das doses de vacinas contra a Covid-19 foram aplicadas em 10 países, com o Brasil no 5º lugar, depois de Estados Unidos, China, Reino Unido e Índia. “Os países poderiam ter optado por contratar vacinas até 20% da sua população, mas o Brasil fez a opção por 10%”, destacou.
Conforme pontuou Mariângela, o consórcio global Covax Facility tem contrato com nove fornecedores e a expectativa é de que sejam entregues, até o fim do ano, 2 bilhões e 270 mil doses.