Em reunião com o Consórcio Conectar, representante da OPAS no Brasil afirmou que a região das Américas precisa ser priorizada
“Temos tido a oportunidade de falar com diferentes organizações, compilado informações e advogado por mais vacinas para as Américas e para o Brasil”. A afirmação foi feita por Socorro Gross, representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, em reunião com a diretoria do Consórcio Conectar, nesta quinta-feira, 8.
De acordo com Gross, a OPAS tem defendido, inclusive em reuniões com a Embaixada dos EUA, que o Brasil precisa urgentemente das vacinas. Segundo ela, de cada 10 mortes por COVID-19 a nível global, quatro estão registradas no Brasil. “Somos países de renda média, mas temos agora a pandemia”, disse em referência aos critérios do Covax Facility, mecanismo internacional que tem como objetivo garantir a distribuição de imunizantes a países em desenvolvimento.
Para a representante da OPAS, a união é que o que pode fazer a diferença nesse momento e, nesse sentido, tem reforçado a posição, junto ao governo dos EUA, a respeito da situação do Brasil e de outros países da América. “Já solicitamos o empréstimo ou doação de 3 milhões de vacinas urgentes para o Brasil para poder atingir parte da população vulnerável, que precisa hoje da vacina”, declarou.
O presidente do Conectar, Gean Loureiro, prefeito de Florianópolis/SC, reforçou o escopo Consórcio que, atualmente, tem a adesão de 2600 municípios, representando uma população estimada de 150 milhões de brasileiros. “É a grande referência municipal para falar de vacina no Brasil”, defendeu. À Socorro Gross, o governante municipal reforçou a importância do auxílio da OPAS e OMS na intermediação de contatos com laboratórios.
Para Loureiro, toda informação sobre Covax Facility e previsões de entregas são importantes. “Quero trazer a mensagem da nossa preocupação em poder efetivamente acelerar a vacinação em nosso país. A grande maioria das capitais estão praticamente sem doses para primeira fase de vacinação. Queremos garantir que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tenha outra velocidade e outra programação”, salientou.
Gross afirmou que a OPAS/OMS quer ter uma parceria forte com o Conectar. “Vamos apoiar a compra de vacinas do Brasil e podemos fazer um trabalho muito bom”. A médica disse que irá compartilhar informações sobre vacinas pré-qualificadas, dados de preços de vacinas e de insumos que municípios podem precisar. “Parabenizamos o esforço da FNP para o combate a pandemia que, nesse momento, está focada nas Américas”.
Sobre a priorização dessa região na distribuição de vacinas, a secretária de Relações Internacionais de São Paulo/SP, Marta Suplicy, reforçou que “hoje somos um país pobre em vacina” e que o critério “tem que ser a vida”. A secretária participou da reunião representando o prefeito Bruno Covas, vice-presidente de Cooperação Internacional do Consórcio Conectar.