Ministério da Saúde volta atrás quanto à vacinação de adolescentes após questionamento de municípios e estados

Pasta afirma que a restrição foi cautelar. Após nova apuração foi confirmado que não há riscos na vacinação desse público

 

O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (22) em coletiva de imprensa que tem novo posicionamento quanto à recomendação de suspensão da vacinação de jovens entre 12 e 17 anos contra a Covid-19. Segundo o Secretário Executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, após a apuração de riscos e benefícios, a recomendação é que a vacinação do público seja continuada. Nota orientando a retomada da imunização desse público será encaminhada aos gestores de saúde nesta quinta-feira (23). 

O anúncio surge após manifestação da diretoria do Consórcio Conectar e da Frente Nacional de Prefeitos, que nesta terça-feira (21) enviaram ofício requisitando a volta da recomendação da vacinação desta faixa etária no PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19). O presidente do Conectar, prefeito Gean Loureiro, de Florianópolis, reiterou o posicionamento da entidade em vídeo destinado aos mais de 2000 municípios consorciados. "A posição do Ministério gera dúvidas entre prefeitos e ruído entre a população. A vacinação de adolescentes é segura, precisamos imunizar o quanto antes toda  população brasileira", afirmou o prefeito.

Os conselhos de gestores de saúde dos estados e municípios, Conass e Conasems, também manifestaram desacordo com a medida em nota conjunta divulgada na última semana. Prefeitos e governadores temiam a insegurança jurídica trazida pela medida, além da quebra do protocolo internacional de imunização contra Covid-19 para esse grupo, apesar de estudos comprovarem  sua segurança.

O recuo do Ministério da Saúde surge após manifestação também do Supremo Tribunal Federal, que na terça-feira (21) decidiu que estados e municípios têm competência para decidir sobre a continuidade da vacinação de adolescentes.

Importante ressaltar que apenas a vacina do laboratório Pfizer tem autorização de uso nessa faixa etária, segundo estudos realizados e protocolos já emitidos pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa).

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